7. Laboratório de Histofisiologia da Reprodução e Desregulação Endócrina

Professora responsável: Dra. Rejane Maira Góes

Descrição: As doenças metabólicas, como a obesidade e o diabetes, têm aumentado em níveis alarmantes no mundo todo. Ambas afetam o eixo hormonal hipotálamo-hipófise-gonadal, o cenário de esteróides sexuais e causam  prejuízos para a fisiologia reprodutiva. Desreguladores endócrinos são substâncias sintéticas ou naturais que interferem direta ou indiretamente na produção, metabolismo ou ação hormonal e podem comprometer o desenvolvimento ou homeostase dos órgãos reprodutivos. Entre esses, os ftalatos, agentes utilizados como plastificantes, apresentam distribuição ubíqua e capacidade de alterar a sinalização dos esteróides sexuais.  Embora estudos epidemiológicos indiquem a ação negativa de doenças metabólicas e da exposição aos desreguladores endócrinos sobre a reprodução humana, a aplicação de modelos animais têm permitido investigar em profundidade os mecanismos responsáveis pela indução dos efeitos deletérios. Nossas pesquisas investigam como os órgãos reprodutivos masculinos de roedores (Meriones unguiculatus e Rattus novergicus), em especial a próstata e o testículo, respondem as doenças metabólicas ou exposição aos desreguladores endócrinos, seja no que se refere às alterações teciduais e aos mecanismos celulares. As investigações são baseadas em diferentes abordagens experimentais de indução de obesidade (por dieta hiperlipídica), diabetes (por tratamento com aloxana ou estreptozotocina), exposição aos ftalatos ou outros agentes esteroidais, isoladamente ou em combinação com distúrbios metabólicos.  São examinados os efeitos em períodos críticos do desenvolvimento, como gestação ou vida perinatal, na vida adulta ou de uma geração para outra. Uma das frentes de investigação visa esclarecer os efeitos  sobre o desenvolvimento testicular, diferenciação dos gonócitos e esteroidogenese neonatal. Outra focaliza os efeitos sobre a histologia testicular, regulação da capacidade esteredoigênica e da espermatogênese, como também parâmetros espermáticos. Além disso, são investigadas as consequências para a histologia prostática, desenvolvimento de lesões patológicas nessa glândula, regulação da proliferação e apoptose, sinalização androgênica, estrogênica ou mediada por outros receptores nucleares. Os possíveis mecanismos de sinalização parácrina, endócrina ou processos inflamatórios envolvidos na resposta prostática ou testicular também são examinados. Além dos desreguladores endócrinos, a dieta como agente terapêutico na carcinogênese prostática compõe outra frente de pesquisa, em especial a suplementação nutricional com ácidos graxos ômegas-3 (ácidos docosahexaenóico e eicosapentaenóico; DHA/EPA). As técnicas utilizadas para nestes estudos envolvem a análise histológica por meio de colorações rotineiras, imunohistoquímica e imunocitoquímica. Para isso, dispomos de microscopia de luz convencional, de fluorescência e confocal. Também são aplicadas técnicas de biologia molecular, como western blotting e qRT-PCR. Em conjunto com os roedores supracitados, utilizamos o modelo TRAMP, um camundongo transgênico para desenvolvimento espontâneo de câncer de próstata, como também uma abordagem in vitro para avaliação dos mecanismos envolvidos.